A história de Jujutsu Kaisen: maldições, medo e o peso de viver

ANIMES

Allison Medina

12/25/2025

À primeira vista, Jujutsu Kaisen parece seguir um caminho conhecido: monstros, batalhas intensas e personagens com poderes especiais. Mas, conforme a história avança, fica claro que o anime não está interessado apenas em lutas bem animadas. O que ele realmente explora é algo mais incômodo: o medo, a morte e a forma como cada pessoa lida com a própria fragilidade.

O mundo de Jujutsu Kaisen é violento, caótico e injusto — e a série nunca tenta esconder isso.

Fonte: Jujutsu Kaisen/Reprodução

Um mundo onde emoções negativas criam monstros

Na história de Jujutsu Kaisen, as maldições surgem a partir das emoções negativas dos humanos. Medo, ódio, culpa e desespero se acumulam até ganhar forma física, criando criaturas que atacam indiscriminadamente.

Esse detalhe muda tudo.
Os monstros não vêm de outro planeta nem de uma dimensão distante. Eles nascem das próprias pessoas, tornando o conflito algo muito mais próximo e desconfortável.

É um mundo onde o sofrimento não desaparece — ele se transforma.

Yuji Itadori e uma escolha sem volta

Yuji Itadori começa como um adolescente comum, sem grandes ambições ou traumas evidentes. Ele só quer ajudar as pessoas ao seu redor, mesmo que isso custe esforço ou risco.

Tudo muda quando ele engole um dos dedos de Sukuna, uma das maldições mais poderosas que já existiram. A partir desse momento, Yuji passa a dividir o próprio corpo com algo que representa pura destruição.

Sua jornada não é sobre se tornar o mais forte. É sobre aprender a viver sabendo que sua existência coloca outros em perigo.

Sukuna: o mal que não pede desculpas

Diferente de muitos antagonistas, Sukuna não busca justificativas. Ele não quer redenção, não age por trauma e não segue nenhuma lógica moral humana.

Ele existe para causar caos.

A presença constante de Sukuna transforma Yuji em um personagem permanentemente tensionado. Cada decisão, cada batalha e cada momento de descanso carregam a possibilidade de tudo sair do controle.

Os feiticeiros jujutsu e a luta silenciosa

Os feiticeiros jujutsu não são heróis celebrados. Eles operam à margem da sociedade, resolvendo problemas que a maioria das pessoas sequer sabe que existem.

Essa luta invisível cria:

  • Exaustão constante

  • Mortes sem reconhecimento

  • Um sentimento de inutilidade diante do sofrimento humano

A série deixa claro que combater maldições não significa salvar o mundo — significa apenas evitar que ele piore ainda mais.

Uma história que não poupa seus personagens

Um dos aspectos mais marcantes de Jujutsu Kaisen é a forma como ele trata seus personagens. O anime não promete segurança a ninguém. Pessoas importantes morrem, sofrem ou falham, muitas vezes sem tempo para despedidas.

Isso cria um peso narrativo constante.
Cada vitória parece temporária. Cada avanço vem acompanhado de perdas.

O medo como força central da narrativa

Enquanto muitos animes usam o medo como algo a ser superado, Jujutsu Kaisen trata o medo como algo inevitável. Os personagens não vencem apesar do medo — eles aprendem a agir com ele presente.

Essa abordagem torna a história mais crua e mais humana, mesmo em um universo repleto de poderes sobrenaturais.

Por que a história de Jujutsu Kaisen se destaca?

Porque ela não romantiza a dor nem transforma sofrimento em espetáculo vazio. O anime entende que viver em um mundo quebrado cobra um preço psicológico alto — e ninguém sai ileso.

Jujutsu Kaisen fala sobre:

  • Responsabilidade

  • Culpa

  • Escolhas feitas sob pressão

  • A dificuldade de proteger os outros sem se perder no processo

Muito além das lutas

As batalhas são visualmente impressionantes, mas elas nunca são o verdadeiro foco. O que permanece com quem assiste são os silêncios, os olhares cansados e a sensação constante de que algo pode dar errado a qualquer momento.

É isso que transforma Jujutsu Kaisen em mais do que um anime de ação.

Jujutsu Kaisen e seu contexto

A história de Jujutsu Kaisen é sobre viver em um mundo onde o mal nasce das próprias emoções humanas — e ainda assim escolher continuar lutando. Não por glória, mas porque desistir não é uma opção.

É uma narrativa pesada, imperfeita e intensa. E exatamente por isso, tão marcante.